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quinta-feira, 11 de setembro de 2014

2003 Oremos pela Terra


Quarenta anos depois de sua primeira canção, Pe. Zezinho, scj continua se superando a cada novo CD. O vigor, a força e a intensidade de suas mensagens sincronizam-se em perfeita harmonia com os ritmos e arranjos das músicas.

Já chegam a mais de 100 os CDs lançados em vários países e línguas diferentes. Suas canções vão do simples ao sofisticado, dependendo do projeto. Compõe e arranja sempre em trabalho conjunto a outros maestros e cantores da mais alta competência.
"Oremos Pela Terra" evoca um duplo bom sentido: terra enquanto planeta, que vem sendo destruído (como nunca antes) pela ação indiscriminada do homem e terra enquanto toda forma de vida existente. Neste trabalho, Pe. Zezinho reafirma sua vocação de profeta. Empresta sua voz aos inumeráveis oprimidos e excluídos de nossa sociedade, à maneira dos grandes profetas do Antigo Testamento. Utiliza todo seu talento para alertar, conclamar e denunciar as injustiças e as desigualdades entre os poucos que muito têm e os muitos que nada têm. Sob esta ótica encontram-se as canções:  
Deu-me Esta Voz Inquieta, com um ritmo bem latino, sua mensagem expressa seu desconforto diante de tantas contrariedades ao projeto de Jesus Cristo, lançando um apelo aos profetas de hoje para que não se calem; Cuspindo Tijolo – aqui, em ritmo meio country, Pe. Zezinho, scj, justifica sua missão de anunciar a libertação diante da dor dos pobres; Oremos Pela Terra é uma balada na qual ritmo e melodia expressam a preocupação do cantor e compositor com os descuidos humanos para com a mãe Terra; Justiça e Paz – certamente inspirada no livro de Isaías, a canção fala do dia em que o Reino de Deus chegar, trazendo todas as suas bonanças; Manda Profetas apresenta um clamor dirigido diretamente a Deus, uma mensagem forte, em tom de oração; Manda Pra Febem relata a cruel realidade das crianças de rua, lançando um apelo à nossa consciência para que repensemos nossas atitudes diante dessas crianças; por fim, Feto e Desafeto – num ritmo misto de chorinho e bolero, a canção aborda a questão das gestações indesejadas e das soluções desastrosas a que muitas vezes se recorre.
Mas Pe. Zezinho, scj jamais se atém a uma perspectiva unilateral. Como um comunicador completo e plenamente consciente, em todos os sentidos, neste CD apresenta também melodias que falam da relação direta e pessoal de cada um de nós com o próprio Deus. Neste sentido, em Águas Profundas remete, criativamente, ao mesmo tempo, à Campanha da Fraternidade de 2004, cujo tema será a água, fonte de vida, e ao apelo lançado pela Igreja do Brasil no Ano Vocacional que teve como lema “Avancem para águas mais profundas”; na canção Eu Gritei Teu Nome Santo, Pe. Zezinho, scj expressa o que acontece com a gente naqueles momentos difíceis em que nos prostramos diante de Jesus e podemos sentir a paz que Dele emana e que nos liberta; Já Não Se Amam, em ritmo de tango e bolero, expressa toda sensibilidade poética do compositor ao relatar as crises entre os casais nos dias de hoje; Trindade Santa fala deste mistério e de nossa incapacidade em compreendê-lo; Glória Pelas Águas pode ser interpretada juntamente com um coral infantil, dando um toque todo especial no momento do Glória na missa com crianças; e a última faixa do CD, Eu Sei Que Foi a Brisa é uma metáfora sobre a ação do Espírito Santo em nós.
O trabalho contou com a participação de vários cantores nos duetos e nos coros: Trio Ir ao Povo, Dalva Tenório, Karla Fioravante, Paulinho Campos, Ricardo Moreno, Rubinho Ribeiro, Sueli Gondim e Suely Ferreira. Os arranjos contaram com a colaboração de Luiz A. Karam, Adeildo, Rubinho Ribeiro e Trio Ir ao Povo.
Lançado quase ao final de 2003, "Oremos pela Terra" foi o último álbum do Padre Zezinho a ter lançamento em cassete, de tiragem diminuta e rara.
O álbum recebeu uma versão em playback.  



















Edição digital



Cd/Formato Digital
Faixas:
1. Voz inquieta
2. Cuspindo tijolo
3. Águas profundas
4. Eu gritei teu nome santo
5. Oremos pela Terra
6. Justiça e paz
7. Manda profetas
8. Manda pra FEBEM
9. Já não se amam
10. Feto e desafeto
11. Trindade Santa
12. Glória pelas águas
13. Eu sei que foi a brisa

CD 11815-0 – OREMOS PELA TERRA – Pe. Zezinho SCJ – 2003 
K7 11816-8 – OREMOS PELA TERRA – Pe. Zezinho SCJ – 2003 
Paulinas-COMEP
17/11/2003


Crítica: Álbum que retomou o profetismo, deixado em segundo plano desde o álbum Sol nascente, Sol poente. Oremos pela Terra foi lançado numa época em que eram discutidos os problemas ambientais. No ano seguinte a Campanha da Fraternidade seria sobre a água, e por isto houve faixas deste álbum lançadas numa coletânea da COMEP.


Padre Zezinho SCJ-Oremos pela Terra

Voz inquieta
Pe. Zezinho, scj

Deu-me esta voz inquieta
Que teima em não ficar quieta
E se a jogada é perversa
Eu não desvio a conversa
Insisto em profetizar
Há tanta fome na terra
Indiferença demais
Há tanta industria de guerra
Mil arremedos de paz

Tanto projeto de morte
Tantos os torturadores!
Diante de tanta violência
Não dá mais para falar só de flores

Deu-me esta voz que não cansa
Que teima em cantar a esperança
Quando me dizem que a História
Não poderá ser mudada
Insisto em contradizer

Há tanto irmão decidido
Que não se cala jamais
Tantos profetas sofridos
Gente que sabe o que faz

Gente que demais distorcendo
O caminhar da justiça
Diante do que eu ando vendo
Não dá mais de pregar só na missa!


Voz inquieta
Pe. Zezinho, scj

Deu-me esta voz inquieta
Que teima em não ficar quieta
E se a jogada é perversa
Eu não desvio a conversa
Insisto em profetizar
Há tanta fome na terra
Indiferença demais
Há tanta industria de guerra
Mil arremedos de paz

Tanto projeto de morte
Tantos os torturadores!
Diante de tanta violência
Não dá mais para falar só de flores

Deu-me esta voz que não cansa
Que teima em cantar a esperança
Quando me dizem que a História
Não poderá ser mudada
Insisto em contradizer

Há tanto irmão decidido
Que não se cala jamais
Tantos profetas sofridos
Gente que sabe o que faz

Gente que demais distorcendo
O caminhar da justiça
Diante do que eu ando vendo
Não dá mais de pregar só na missa!


Águas profundas
Pe. Zezinho scj

Águas profundas de libertação
Águas do meu Salvador
Águas que jorraram do seu coração
Coração libertador
Águas profundas, da salvação
Águas do meu Salvador

Avançarei por essas águas
E não há fonte, nem riacho
E nem há poço
Que possa me dar mais
Fui batizado nestas águas
Não terei sede nunca e nunca mais


Gritei teu nome santo
Pe. Zezinho, scj

Quando a dor doeu demais
Eu gritei teu nome santo
Quando me faltou a paz
Eu gritei teu nome santo

Disse ao Pai que tu mandaste
Que eu falasse no teu nome
Cada vez que eu precisasse
Cada vez que eu precisasse
De um favor

Nome santo tens, Jesus!
Nome santo que liberta!
Quantas vezes me ajudou
Quantas vezes me elevou
Quantas vezes me salvou


Oremos pela Terra
Pe. Zezinho, scj

Bilhões de anos ela tem
Está cansada a velha mãe
Trilhões de vidas já nos deu
Trilhões de filhos já gerou
Bilhões de homens e mulheres
O seu seio alimentou

Fez tanto e tanto e tanto bem
E agora chora a velha mãe
Que tantas vidas já criou
A ingratidão a derrotou
Pra ficar rico e ter dinheiro
O ser humano a espoliou

Pois de tanto se doar
Sem receber cuidados
Foi tanto o que sugaram
Que ela enfraqueceu
A Terra está morrendo lentamente
O mundo enlouqueceu

Desmataram seu verde, sujaram seus rios
Mancharam seus mares, tiraram-lhe o ar
Explodiram seus ventres
Queimaram com fogo, seu rosto bonito
Sem pestanejar
A Terra está morrendo lentamente...
Oremos pela Terra!


Justiça e Paz
Pe. Zezinho, scj

Justiça e paz se abraçarão!
Cordeiro e lobo se encontrarão
Nas mesmas águas, sem se estranhar
Vai ser assim, quando chegar
Quando chegar de Deus o Reino
Justiça e paz se abraçarão
E ninguém mais vai passar fome
E até seu nome respeitarão

Vai ser assim, assim será
Naquele dia, Deus mostrará
Que a humanidade era capaz
De conviver em santa paz
Em santa paz, fraternalmente
Justiça e paz se abraçarão
Ninguém será diminuído
Nem excluído daquele pão

Naquele dia, assim será:
O mundo inteiro se abraçará
Em toda parte, gente a dançar
Vai ser assim, gente a cantar
Gente a cantar mil melodias
Que até o céu repetirá
De tanta paz, naquele dia
De alegria se chorará


Manda profetas
Pe. Zezinho scj

O povo te olhava com fome
Tiveste pena
Ninguém ajudava aquele homem
Tiveste pena
Da mãe que passava chorando
Tiveste pena
Tu tinhas dó das pessoas
Quando as pessoas sofriam
Às vezes te antecipavas
Quando as pessoas sofriam

Olha o teu povo com fome, Senhor!
Olha o teu povo com medo, Senhor!
Olha o teu povo ferido, Senhor!
Olha o teu povo sem paz
Manda profetas que enfrentem a dor
Manda profetas que lutem, Senhor
Manda profetas que falem de amor
Manda profetas que chorem conosco!


Já não se amam
Pe. Zezinho, scj

Já não se amam como antigamente
Já esqueceram como foi bonito
Dezoito quilos de fotografia
Que já nem olham
Porque se cansaram de se olhar

Não foi agora e não foi de repente
Que aquele amor ficou todo esquisito
Se um queria, o outro não queria
Já nem se abraçam
Porque se cansaram de abraçar

Já foi bonito, mas mofou na prateleira
Já não tocavam nesse amor há tanto tempo
Quem é culpado não aceita conversar
Quem mais sofreu
Também não quer recomeçar
Cedeu demais, perdeu a paz
Cedeu mil vezes pra salvar a relação
Só perdão, só conversão, só sacrifício
Podem livrar aquele amor do precipício


Feto e desafeto
Pe. Zezinho, scj

Foi concebido numa noite de dezembro
E em fevereiro uma mulher chorou sentida
Por não amar aquele feto
Por não querer aquela vida

E por ser dona do seu corpo
Olhou pro ventre e disse não
Mandou tirar aquele feto
E disse não pra religião

Todo mundo tem o direito de amar
Todo mundo tem o direito de se dar
Mas ninguém tem o direito de matar
De decidir quem vive e quem não vive

Feto não é bicho, feto vai ser gente
Ainda não é gente como nós
Mas não é foca, nem baleia, nem é zebra
Se perguntado, ele diria:
Por favor, deixa eu nascer

Foi concebido e não criado
Foi concebido e descartado
Como um intruso indesejado
Não foi bem-vindo e não nasceu
Foi bem assim que aconteceu


Trindade Santa
Pe. Zezinho, scj

Era um Pai santo, mil vezes santo
Que de tão santo ele era o puro amor
Sendo tão santo, amava tanto
Que o seu pensamento era criador
E foi criando e arquitetando
Desde não sei quando a imensa vastidão
Do universo que de frente a verso
É esta maravilha sem explicação
Deus é tão mais
Que tudo aquilo que eu puder dizer
Ainda é pouco para descrever
O seu poder e a sua imensa glória

Um filho santo, mil vezes santo
Eternamente estava nesse Pai
Sendo gerado e muito amado
Mas um certo dia o Pai lhe disse:
Vai! Vai lá pra Terra, vai libertá-la
Porque o ser humano se animalizou
Perdeu o rumo, não acerta o prumo
Está mais violento e se desconjuntou
E de Jesus
Aquilo tudo que eu puder dizer
Ainda é pouco para descrever
O seu poder e a graça que ele passa

Jesus que é santo e que amava tanto
Levou milhares para a grande luz
Mas o inimigo não lhe deu descanso
E conseguiu pregá-lo numa grande cruz
O Filho amado foi crucificado
Por ter ensinado que o amor venceu
E os inimigos que o derrotaram
Logo divulgaram que Jesus perdeu
Mas não perdeu
Não poderia e nunca vai perder
Ressuscitou e cheio de poder
Vai convertendo e vai iluminando

O Pai que é santo e o seu Filho santo
Se amam tanto que este amor traduz
Eternamente, infinitamente
O Santo Espírito que é nossa luz
Não sei dizer e não acho a palavra
Foi Jesus quem disse e disse muito bem
Que existe um Pai
E que o Pai tem um Filho
E que há um Santo Espírito que deles vem
Não digo mais, pois tudo aquilo
Que eu puder dizer é muito pouco
Para descrever um Deus que é um
Mas que são três pessoas


Glória pelas águas
Pe. Zezinho, scj

Glória a Deus que fez a água
Paz a quem a conservou
Glória a Deus que fez a Terra
Paz a quem colaborou
Glória a Deus que fez a mata
Paz a quem não a queimou
Glória a Deus que fez o rio
Paz a quem não o secou

Que a paz seja o prêmio a quem respeitou
Os dons que vieram do Deus
Bendita a nação que não desperdiçou
As águas que Deus lhe deu

Glória a Deus pelo riacho
Paz a quem não o sujou
Glória a Deus pela nascente
Paz a quem a preservou
Glória a Deus pela irmã chuva
Paz a quem a estocou
Glória ao Deus que rege a vida
Paz a quem não a matou


Eu sei que foi a brisa
Pe. Zezinho, scj

Quando vejo a flor
Do campo a balançar
Eu sei que foi a brisa!
E as copas dos pinheiros a dançar
Eu sei que foi a brisa!
Eu sei que foi o vento que soprou
No trigo que dançava
No mar que balançava
Das nuvens ao passar

Não vejo o vento
Mas eu sei o que ele faz!
Não vejo o teu espírito
Mas sinto sua paz!
E aqui vou eu feliz a proclamar
Que Deus é meu começo e é meu fim
Não sei dizer como é teu Santo Espírito
Mas eu sinto que tu sopras sobre mim


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