Total de visualizações de página

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

1988 Uma canção talvez

Tiragens em LP, Cassete e CD
















Edição digital




Uma Canção Talvez é um disco do Padre Zezinho especialmente direcionado aos temais sociais na sua maioria como os mais comuns.
Conta exclusivamente com os temas:
"Uma Canção Talvez" / "Pai Nosso dos Trabalhadores" / "Quando o Povo Sonha" - Cidadania
"Pais Paraplégicos" - Paraplegia
"Ouro, Incenso e Mirra" - Natal
"Cantiga Triste Pelo Brasil" / "O Canto de Maria do Povo" / "Em Prol da Vida" / "Casinhas de Periferia" / "Vou Rezar Pro meu Sertão" - Pobreza, Fome, Sertão, Eutanásia, Paz Utópica e Estatísticas de Natalidade e Mortalidade
"Ave Maria dos Noivos" - Casamento, Matrimônio


Ficha técnica
LP 1988
Produção Fonográfica: COMEP
Direção e Produção: Irmã Carmem Maria Pulga
Letra e Música: Pe. Zezinho SCJ
Arranjos e Regência: José Paulo Soares
Coro: Tânia Lemke, Maria do Carmo Diniz, Cesar Rossini
Participação Especial: Sônia Mara (5, 8 e 11) / Maria do Carmo Diniz (6)
Técnicos de Gravação: Tano / Getúlio Jr.
Mixagem: J. Martins
Fotografia: Michelle
Arte: Marcos Reche
Past Up: Morcas
Gravado nos Estúdios COMEP

CD 2000 (Série Rubi)
Produção Fonográfica: Paulinas-COMEP
Coordenação de Produção: Irmã M. T. Konzen, fsp
Letra e Música: Pe. Zezinho SCJ
Interpretação: Regina Teresa, Jean Carlo, Pe. Zezinho SCJ e Coral Edipaul
Arranjos: José Paulo Soares
Mastrerização: Ednilson Orsi
Projeto Gráfico e Editoração: Ary A. Normanha / Jun Ilyt Takata Normanha
Gravado e masterizado nos Estúdios Paulinas-COMEP

Lista de Faixas
LP /K7
Todas as canções compostas por Padre Zezinho, SCJ.
Lado A
#             Título    Duração
1.            "Uma Canção Talvez"    3:33
2.            "Pais Paraplégicos"         4:35
3.            "Ouro, Incenso e Mirra"              3:31
4.            "Cantiga Triste Pelo Brasil"          4:04
5.            "O Canto de Maria do Povo"      3:55
Duração total: 18:58
Lado B
#             Título    Duração
1.            "Ave Maria dos Noivos"               3:27
2.            "Pai Nosso dos Trabalhadores"                2:19
3.            "Em prol da vida"            4:15
4.            "Casinhas de Periferia"                2:32
5.            "Vou Rezar Pro Meu Sertão"     4:08
6.            "Quando o Povo Sonha"              2:41
Duração total: 18:42
Total: 35’15

Lista de Faixas
CD/Formato digital
Todas as canções compostas por Padre Zezinho, SCJ.
#             Título    Duração
1.            "Uma Canção Talvez"    3:33
2.            "Pais Paraplégicos"         4:35
3.            "Ouro, Incenso e Mirra"              3:31
4.            "Cantiga Triste Pelo Brasil"          4:04
5.            "O Canto de Maria do Povo"      3:55
6.            "Ave Maria dos Noivos"               3:27
7.            "Pai Nosso dos Trabalhadores"                2:19
8.            "Em prol da vida"            4:15
9.            "Casinhas de Periferia"                2:32
10.            "Vou Rezar Pro Meu Sertão"     4:08
11.            "Quando o Povo Sonha"              2:41
Total: 35’15

Códigos de lançamento:
LP 5057-0
K7 5058-0
CD 11635-1


Crítica: Mais um disco de crítica social. Um tanto importante na época, 8 de suas músicas foram incluídas na edição em cd da coletânea Os melhores momentos.

Uma canção talvez foi lançado em 2000 em cd na série Rubi com os álbuns O Filho do Carpinteiro e Histórias que eu conto e canto. Nesse cd a foto da capa, que foi totalmente reformulada ficou melhor colocada que na versão em lp.
Em 2011 foi lançada a versão "playback" do álbum, com 8 faixas



Padre Zezinho SCJ-Pra ver a paz acontecer

Pra ver a paz acontecer
Pe. Zezinho, scj

Eu vim cantar uma canção
Que é meu jeito de lutar
Pra ver a paz acontecer
Não trouxe nem meu violão
Que é meu jeito de lembrar
Que sou poeta e não cantor
Que minha voz está cansada
E eu ando rouco de cantar
Cantar a paz, cantar a paz
Cantar a paz, que nunca vem...

Sei quanto vale uma canção
Talvez não mude quase nada
Neste mundo sem amor
Sei que é quimera ou ilusão
Querer que um canto
Mude a mente do guerreiro
Ou do opressor

Mas assim mesmo eu canto forte
Na esperança de fazer
Fazer a paz, fazer a paz
Fazer a paz acontecer

Se alguém quiser me acompanhar
Que se prepare pra sofrer
Pois não se canta por cantar
E se não sabe o que dizer
Cante a esperança, a igualdade
A justiça e o perdão
E cante até perder a voz
Mas nunca deixe de cantar
Cantar a paz, fazer a paz
Plantar a paz do amanhã



Mataram mais um irmão
Pe. Zezinho, scj

Por causa da tua Palavra
Por causa da libertação
Por causa de um pouco de terra
Por uma fatia de pão

Mataram mais um irmão
Mas ele ressuscitará!
Ressuscitará! Ressuscitará!
O povo não esquecerá!
Não esquecerá! Não esquecerá!

Por causa do teu Evangelho
Por causa da nossa nação
Por causa da nossa esperança
Por causa da religião

Por causa de um mundo mais justo
Por causa de tanta opressão
Por causa das coisas que disse
Por ter defendido os irmãos


Natal na periferia
Pe. Zezinho, scj

O que eu sei é que, numa periferia
Uma jovem senhora deu a luz
As amigas a chamavam de Maria
E o menino se chamou Jesus
Seu marido tinha o nome de José
Emigravam da distante Nazaré
Sem dinheiro pra pagar a hospedaria
Acamparam na periferia

Glória a Deus e paz na terra
Glória ao pai que nos quer bem
Paz a quem ainda espera
E faz a paz que ainda vem
Glória a Deus e paz na terra
Glória ao Pai que nos quer bem
Glória a quem ainda sonha
Na periferia de Belém!

O que eu sei é que, numa periferia
Um casal acreditou no Deus da luz
Era santa e chamava-se Maria
E seu filho se chamou Jesus
Era santo e tinha o nome de José
Foi provado e precisou ter muita fé
Creu em Deus e na pureza de Maria
Foi Natal numa periferia!


Valores
Pe. Zezinho, scj

Ao conjugar o verbo ser
Ao repartir o verbo ter
Ao declinar o meu querer
Foi que aprendi a dar valor à vida

Ao ajustar meu coração
Ao corrigir a direção
Ao estender a minha mão
Foi que aprendi a dar valor à vida

Quando aprendi a perguntar
Quando aprendi a questionar
Quando aprendi a me calar
Foi que aprendi a dar valor à vida

Ninguém aprende nada
Se não se despojar
Se não se esvaziar
Não se desinstalar
Para que o amor possa chegar
E encontre espaço pra ficar

Quem passa a vida inteira
Fazendo coleção
De amores passageiros
Buscando pôr a mão
Em tudo que o dinheiro conseguir
Não pode ser feliz


A verdade é bem maior
Pe. Zezinho, scj

Me disseram que há mais gente crendo menos
Que a ciência não precisa da religião
Não discuto qual das duas é melhor
O que eu sei é que a verdade é bem maior

O que eu sei é que além
Do horizonte existe uma luz
Que brilha sempre, sempre, aleluia, amém
O que eu sei é que quando escurece
Aqui dentro de mim
Para além do horizonte
Existe uma luz que não tem fim

Me disseram que a verdade é relativa
E que a fé também não precisa da religião
Não discuto com meu interlocutor
O que eu sei é que a verdade é bem maior

Me disseram que Jesus já é passado
Que cedeu seu lugar para um outro pregador
Não discuto sobre o novo libertador
O que eu sei é que a verdade é bem maior


Por amor ao teu amor
Pe. Zezinho, scj

Por amor ao teu amor
Hei de ter a coragem de ser
Pedra de contradição
Pedra de afirmação
Pedra de sustentação
Por amor ao teu amor

Quero ser na tua Igreja
Mais do que apenas mais um
Quero ser fazendo a história
Mais do que apenas mais um
Quero ser como viga e tijolo
No exato lugar
Quero ter a coragem de amar
Quero ter a coragem de amar

Quero ser em meio ao povo
Mais do que apenas mais um
Quero ser aqui na terra
Mais do que apenas mais um
Quero ser como estrela
Que brilha no exato lugar
Quero ter a coragem de amar
Quero ter a coragem de amar

Somos todos burgueses
Pe. Zezinho, scj

De burgueses todos nós temos um pouco
E outro pouco de poetas e de loucos
E rebeldes todos fomos uma vez

Campeões da liberdade imaginada
Cavalgando rocinantes pela estrada
Repetimos o que Dom Quixote fez
Repetimos o que Dom Quixote fez

Nos armamos cavaleiros
Da cruzada do amor
Nos tornamos justiceiros
Seja onde e como for
Uma idéia na cabeça
Um diploma em cada mão
E uma ideologia
Com sabor de religião

Um milhão de preconceitos
Contra quem for diferente
E umas vinte frases feitas
Nivelando a nossa mente

E esse jeito todo esperto
De ser intelectuais
Mas se alguém chega mais perto
Vê poeira e nada mais

Cidadãos bitolados
A verdade ciscamos
E aceitamos somente
O que agrada os ouvidos
Somos muito atrevidos com Deus
Porque não intervém
E não vem e corrige a burrice dos homens
Doutores de um só livro
Ou de uma teoria
Cuspimos cada dia
No prato que ele temperou

De burgueses todos nós temos um pouco
E outro pouco de poetas e de loucos
E rebeldes todos fomos uma vez
Campeões da liberdade imaginada
Cavalgando rocinantes pela estrada
Repetimos o que Dom Quixote fez
Repetimos o que Dom Quixote fez


Igual a Bartimeu
Pe. Zezinho

Sou como o cego Bartimeu
Quero saber quem é que passa
E agita esta praça
E se me dizem que és tu Jesus Eu grito que eu quero
ver a luz Eu quero ver Eu quero ver

Quero ver a luz da verdade Quero ver a justiça vencer
Quero ver a luz de Deus no meu país
Quero ver a minha gente mais feliz

Quero ver triunfar a igualdade Quero ver o teu reino
entre nós Quero ver a paz de Deus no meu país
Quero ver o meu povo alegre e mais feliz


Rimas
Pe. Zezinho, scj

Eu fiz um verso pra rimar com outro verso
Igual saudade às vezes rima com amor
De verso em verso eu escrevi mais um poema
Desses poemas que machucam seu autor

Vesti meu verso com a mais simples melodia
Porque eu queria ver meu povo a celebrar
Rimei direito com dever, justiça com perdão
Rimei Maria com José
Rimei Jesus com liberdade, terra e pão

De verso em verso
Eu prossegui nas minhas rimas
Igual país nem sempre rima com nação
E em cada verso o coração até sangrava
Quando eu pensava em liberdade, terra e pão

E dedilhando a mais singela melodia
Eu só queria ver meu povo caminhar
Rimei direito com nação, amigo com irmão
Rimei justiça e religião
Rimei a paz com liberdade, terra e pão


Negritude
Pe. Zezinho, scj

Como um céu cheio de estrelas
Assim é meu irmão
Como um céu cheio de estrelas
Assim é minha irmã

Meu irmão é negro, tem a pele negra
E tem a cor do espaço sideral
Minha irmã é negra tem a pele negra
E tem a cor do espaço sideral

Negritude é luz de Deus
Negritude é imensidão
Negritude é uma promessa de amanhã
Branco e negro
E amarelo e vermelho
É o mesmo jeito

De o Senhor mostrar a sua luz

Um comentário:

  1. Note que nesse disco, o Padre Zezinho utiliza o mesmo crucifixo presente no álbum "Canção para meu Deus" e a primeira capa em que ele utiliza um cruz com um coração no meio foi "Coragem de sonhar". Uma retificação, as letras que estão sendo informadas foram do álbum "Pra ver a paz acontecer" e não do "Uma canção talvez".

    ResponderExcluir