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domingo, 9 de fevereiro de 2014

1976 O Filho do Carpinteiro












Edição digital



O Filho do Carpinteiro é um álbum do Padre José Fernandes de Oliveira, SCJ, o Padre Zezinho. Originalmente lançado em 1976, a versão em lp é rara na carreira do Padre Zezinho, pois é o primeiro dos álbuns brasileiros a não ser glançado pela gravadora Paulinas-Comep. Nova Geração - Terra Jovem (compacto) O Filho do Carpinteiro e À Sombra de Tuas asas foram lançados pela Sono-Viso.
Neste disco, o Padre Zezinho coloca a história de Jesus em sincronia com outras mensagens igualmente bem compostas. Na primeira música, "O Libertador", ele nos mostra um pouco de sua experiência com jesus e como deve ser nossa experiência com Ele. Na segunda, "Prelúdio Falado" (no cd, a nona faixa), o Padre Zezinho faz um panorama mundial sobre como a Terra se comporta em relação a Deus. Na quinta "Tempo de Ser Esperança", ele faz um apelo à humanidade para que se tornando cada vez mais consciente, se ache na conturbada confusão dos que admiram mais a matéria do que a Deus. A quinta, "Segredo", antes conhecida como "O Teu Segredo, Maria", ganha uma regravação mais do que merecida na mensagem que falava da personalidade da mãe de Deus.
As terceira (no cd a segunda), sétima, oitava e nona faixas ressaltam a importância da vocação dos jovens, seja para o sacerdócio, para a religião, para o servir a Deus etc. A última, "faixa título", a exemplo de "Um Certo Galileu", conta a história do começo da missão de Jesus até sua morte em versos rápidos.

Curiosidades
Este é o primeiro de dois álbuns do Padre Zezinho lançado pela Sono-Viso e não pela Paulinas-Comep, gravadora-padrão e oficial de Pe. Zezinho. O  disco teve seus direitos comprados pela COMEP assim que a Sono-Viso uniu-se a editora, já Vozes. Aparentemente o disco vendeu bem.
Uma curiosidade é que a maior parte das faixas desse disco teve suas gravações realizadas em Madrid, na Espanha.
Ocorre uma mudança na estrutura de LP para CD: A música "Salmo Jovem" (nona faixa do LP) figura no CD como a segunda trocando de lugar com "Prelúdio Falado" (segunda faixa do LP). 

Lista de Faixas
Lp
Todas as canções compostas por Padre Zezinho, SCJ.
Lado A
#             Título    Duração
1.            "O Libertador"                  2:45
2.            "Prelúdio Falado"            4:14
3.            "Salmo Jovem"                4:32
4.            "Confito"            4:44
5.            "Tempo de Ser Esperança"         3:53
Duração total:
19:28
Lado B
#             Título    Duração
1.            "O Segredo (O Teu Segredo, Maria)"     2:41
2.            "Kerigma"           3:51
3.            "Historinha"       3:32
4.            "Juventude Agora"        3:18
5.            "O Filho do Carpinteiro"               4:30
Duração total:
16:12

CD
Todas as canções compostas por Padre Zezinho, SCJ.
Lista de faixas
#             Título    Duração
1.            "O Libertador"                  2:45
2.            "Salmo Jovem"                4:32
3.            "Confito"            4:44
4.            "Tempo de Ser Esperança"         3:53
5.            "Segredo (O Teu Segredo, Maria)"         2:41
6.            "Kerigma"           3:51
7.            "Historinha"       3:32
8.            "Juventude Agora"        3:18
9.            "Prelúdio Falado"            4:14
10.          "O Filho do Carpinteiro"               4:30
Duração total:
36:40

Crítica: Ótimo disco, que segue o mesmo estilo de Histórias que eu conto e canto e Um certo Galileu, focando nos problemas da juventude, enquanto Não deixes que eu me canse focou nos problemas sociais. As semelhanças são notadas em algumas faixas: O Filho do Carpinteiro e O Libertador remete a Um certo Galileu; Historinha remete a Amar como Jesus amou; Conflito é uma consequência de Mini Sermão; Juventude agora remete a É muito jovem minha oração; Teu segredo Maria remete a Maria de Nazaré; Kerigma e Salmo jovem remetem às canções jovens de Histórias que eu conto e canto e Alô meu Deus.
Erroneamente se achou que esse disco foi lançado em 1976, mas, tudo indica que foi gravado em 1978, pois foi gravado na Espanha pela mesma equipe de Não deixes que eu me canse, o que não deixa dúvidas, pois, em 1978 Padre Zezinho se autoexilou por uns meses na Europa, ocasião em que gravou alguns discos lançados em versões em português, espanhol e italiano.

O álbum foi relançado pela COMEP em 2000 dentro da série Rubi, com uma gravura de Jesus no lugar da foto da capa, que aludia ao “filho do carpinteiro” caminhando em uma praia. Ocorre uma mudança na estrutura de LP para CD: A música "Salmo Jovem" (nona faixa do LP) figura no CD como a segunda trocando de lugar com "Prelúdio Falado" (segunda faixa do LP). Na verdade essa alteração foi boa, pois no lp o “Prelúdio “(Prelúdio é aquilo que vem antes) parecia deslocado, e pior, quebrava o ritmo iniciado pela primeira faixa. No cd isso foi melhorado, pois o Prelúdio preludiou a faixa-título, que inicia-se com uma conversa. Assim, os estilos se combinaram e o prelúdio interrompe a sequência das faixas para deixar “O Filho do Carpinteiro” fechar o álbum com ainda mais jeito de grã-finale. Talvez no lp essa deveria ter sido a disposição mesmo das faixas, mas, na hora da montagem, por algum motivo colocaram o prelúdio no lugar errado..

Códigos de lançamento:
Sono Viso: SV 0059
COMEP:  11628-9
Também disponível em formato digital nas Plataformas de Música






Padre Zezinho SCJ-O Filho do Carpinteiro

O Libertador
Pe. Zezinho, scj

Nos seus olhos a liberdade brilha mais
Dos seus lábios nasce a verdade sem temor
O coração só tem amor
O coração só tem amor

Venham ver
Quem é o meu libertador
Jesus de Nazaré

Seu caminho é bem mais reto pra se andar
Seu pensamento é mais brilhante do que a luz
Ou venham ver quem é Jesus
Ou venham ver quem é Jesus

Tanto tempo eu desejei achar
Esta minha paz que hoje eu quero dar
Não desejo embora esta minha fé
Mas se alguém quiser me escutar
Eu venho apenas falar de quem me deu a paz


Salmo jovem
Pe. Zezinho, scj

Como criança perdida
No meio da multidão
Eu perguntei por meu Deus
E o mundo não respondeu

Deram milhões de respostas
Para o que eu não perguntei
Eu perguntei foi por Deus
E o mundo não respondeu

Eu sou apenas um homem
Que busca respostas do céu
E no processo do ser
Sinto em mim o chamado de Deus
E no processo do ser
Sinto em mim o chamado de Deus

Como criança perdida
A perguntar por seu pai
Eu gritei tanto por Deus
E o mundo não respondeu

Deram-me tantos brinquedos
Pra me ajudar a esquecer
E eu só queria saber
E o mundo sem responder

Fui perguntando nas ruas
O que fizeram de Deus
E eles gritavam perguntas
Com medo de responder

Hoje um sorriso em minh alma
Molha o meu rosto de paz
Eu sou pergunta e resposta
Meu Deus não mente jamais


Conflito
Pe. Zezinho, scj

É, aprende-se muito com o sofrimento
Muito mesmo, sobretudo quando este sofrimento Toma as proporções de um abismo
Das muitas lições que a juventude ensina
Esta é uma delas: há muitos jovens vazios
Porque há poucos adultos transbordando

Eu avisei
Não fui tão mal
O quanto eu sei
Eu fui leal
Não prometi milagres
E nem falei de inferno
Apenas conversamos
Do mundo que era o seu

Achei por bem lhe avisar
Que não convém se desligar
Que o mundo colorido
Não traz felicidade
Você nem deu ouvido
E até se pôs a rir

Eu percebi
Que me enganei
E que eu errei
Ao esquecer
Que não se dá conselhos
A quem já sabe tudo
E que eu já sou um velho
E devo é me calar

Você ganhou e eu perdi
Me derrotou
E eu entendi
Que eu sou um velho bobo
Falando contra a droga
Você menino esperto
Que curte o que é legal

O abismo que entre nós dizem que existe
Não sei medir
Não sei medir
Não sei quem de nós dois vive mais triste
Você que nem chegou e já partiu
Ou eu que já cheguei e aqui fiquei
Nem sei quem de nós dois está mais certo
Você que fez deserto e coloriu
Ou eu que fiz um céu e descansei


Tempo de ser esperança
Pe. Zezinho, scj

Sou apenas mais um cidadão
Que acredita no amor
E quem crê por favor não disfarce
A esperança que tem
Quem não crê tem a minha amizade
E respeito também
Eu porém acredito em Jesus
E em seu reino de amor

Neste mundo que faz da matéria
Seu Deus e seu fim
Quem tem fé por favor não se omita
Fingindo não ter
Quem não tem por favor
Nunca deixe a matéria vencer
Eu porém acredito que
O reino começa por mim.

É tempo de ser esperança
É tempo de comunicar
É tempo de ser testemunhas de Deus
Neste mundo que não sabe amar
É tempo de ser testemunhas de Deus
Neste mundo que não sabe amar

Quando eu vejo que existe no mundo
Esta falta de paz
Os cristãos com vergonha
De ser como Cristo pediu
Tanta gente buscando a verdade
Em caminhos sem Deus
Vou gritando com todas as forças
Que sou capaz


Segredo
Pe. Zezinho, scj

Teu senhor te fez assim
Pura como fonte cristalina
E mais menina que as ondas do mar

Teu senhor pediu teu sim
Livre desde o tempo de menina
Teu coração vai me falar

O teu segredo Maria
Eu vou desvendar
E neste mar de alegria
Eu vou navegar
Ai se eu pudesse eu faria
Meu mundo mudar
E o teu segredo Maria
Iria contar

Teu senhor te fez mulher
E teu coração se fez ternura
Jardim florido em matizes de luz

E se o mundo te entender
Levarás a cada criatura
A doce paz do teu Jesus

Kerigma
Pe. Zezinho, scj

Senhor não tenho idade
Pra chorar o meu passado
Senhor não tenho idade
Pra chorar o meu passado
Também não tenho tempo
De esperar pra ver a paz
Meu coração não cessará
De perguntar pelo amanhã

A minha oração é muito jovem
Mas o meu coração amadureceu
E se minhas palavras não comovem
Eu sei que a minha vida
Vai falar de Deus

O mundo que me deram
Como herança está cansado
O mundo que me deram
Como herança está cansado
E escuto a cada hora que
De mim depende tudo
Não deixarei meu coração
Se alienar ó não, não, não

Eu sei que não sou nada
Mas eu tenho confiança
Eu sei que não sou nada
Mas eu tenho confiança
Eu creio em Jesus Cristo
Que me ensina a caminhar
A caminhar esperarei
E sem cansar eu rezarei


Historinha
Pe. Zezinho, scj

Há muito e muito tempo
Eu quis fazer uma canção
Que fosse tão bonita
De fazer alguém chorar
Tomei de um instrumento
E consultei meu coração
Tirei a melodia
Mas não soube terminar
Passei um ano e meio
Trabalhando sem cessar
Perdendo até meu sono
Debruçado a um violão
Mas nunca tive jeito
De escrever minha canção

La ia la la....

Depois de um ano e meio
Finalmente eu me inspirei
Ouvindo uma conversa
De crianças num salão
Falavam sobre a paz
De um jeito amigo que eu nem sei
Mas sei que eu me inspirei
E terminei minha canção
Tomei do violão
E fui cantar pra meus amigos
Tomavam seu conhaque
E o wiskeyzinho de ocasião
Cantei aquela paz
Ninguém ouviu minha canção

La ia la la...

Depois daquela cena
Meio triste eu retornei
Guardei minha canção
Numa gaveta e adormeci
Mas logo de manhã
Meu violão eu afinei
Tomei a decisão
De não calar o que eu senti
Passei por uma escola
E vi crianças a brincar
Sentei-me na calçada
E dedilhei meu violão
E agora a criançada
Está cantando esta canção

Pai nosso que estás no céu
Ensina a gente a ser irmão
Num mundo que passa fome
Mas investe na destruição

Pai nosso que estás no céu
Ensina o mundo a repartir
A gente perdeu o rumo
E esqueceu o jeito de sorrir
A gente perdeu...


Juventude agora
Pe. Zezinho, scj

Estes cabelos compridos
E esta febre de mudar as coisas
Este jeitão atrevido
De quem não gostou do que viu
Estas calças desbotadas
E este jeito descontraido
Muitas vezes me fazem ver

Que os jovens de hoje em dia
São perguntas de esperança
Profetas de um novo reino
Que é preciso anunciar
Profetas de um novo reino
Que Jesus veio pregar

Este sorriso bonito
E este jeito de chorar sorrindo
Esta procura infinita
De quem só conhece o porque
Esta fome de ser gente
E este jeito tão diferente
Muitas vezes me fazem crer

Sempre que passo e que vejo
Esta gente jovem na calçada
Vejo o eterno desejo
De paz e de renovação
Cada jovem do meu tempo
É resumo da humanidade
Que esqueceu sua lição




Prelúdio falado
Pe. Zezinho, scj

Afinal de contas... quem somos nós?
Homens de um pequeno, obscuro e insignificante planeta chamado Terra.
Que na ciclópica e infinita dimensão do universo, não passa de um exaltado grão de poeira cósmica. Nascido não sabemos bem onde. Espirrado não sabemos bem de que ponto da nebulosa e amarrado pela gravidade a um sistema solar que se dirige em velocidade inconcebível, em direção não se sabe de que, num universo que não se sabe onde começa nem onde termina e que movimentos realmente desenvolve.
Afinal de contas...quem somos nós?
Homens civilizados que nem sequer sabemos o que realmente houve com as milhares de gerações que nos precederam. Nem quando tudo começou, nem temos certeza de onde, como e porque.
Quem somos nós? Que ainda perguntamos sobre nossa origem. Que ainda discutimos sobre a possibilidade ou não de haver outros seres inteligentes em outros planetas. Que engolimos teorias sobre o depois, o antes e o agora. Que temos medo de crianças e até permitimos lei que as arranque do ventre materno. Que deixamos milhares de irmãos morrer de fome, enquanto armazenamos sextilhões de dólares e rublos e armamentos para preservar a paz, que, afinal de contas, ninguém respeita. Que matamos os que poderiam viver. Que achamos normal e justo desperdiçar em lentejoulas, paetês, brilhantes e pedrarias, festas e construções megalomaníacas, quando nas ruas do mundo passeiam milhões de crianças abandonadas e de homens fétidos, esquálidos, e pútridos. Que discutimos sobre a existência ou não da alma e de outra forma de vida depois dessa. Que mal sabemos um milionésimo do segredo infinito da vida, que não sabemos o que se passa depois da morte, que vivemos com medo de morrer, que comerciamos e promovemos como arte o crime, a morte, o ódio, a violência, os instintos e a degradação. Que temos vergonha de dizer que somos bons e que queremos ser bons e que temos fome de felicidade e paz eterna.
Quem somos nós?
Terra. Planeta Terra. Que tens medo de Deus. Que corres atrás de milagres fáceis, magia, bruxas, advinhos, horóscopos, dinheiro, conforto, luxo, sucesso, fama. E homens que te conservam iludida prometendo o que não podem prometer, garantindo o que não podem garantir e alienando seus filhos da verdadeira identidade.
No infinito. Macrocosmo. Cujas dimensões não podem ser registradas em papel, tal a sua extensão e o tamanho das nebulosas e galáxias que contém. Na ciclópica e indevassável extensão de um universo, que aparentemente se expande em ordem incrivelmente precisa. Nesses milhões, bilhões, trilhões ou quadrilhões de anos-luz, há alguns sujeitos que vivem trinta ou sessenta anos e ainda não sabem nem de onde vieram, dizem que Deus não existe. Porque não cabe na sua lógica.


O filho do carpinteiro
Pe. Zezinho, scj

De repente Jesus o Filho do carpinteiro
Se tornara famoso em território estrangeiro
E toda gente insistia
Que Jesus era filho de José e Maria
E que... não é por falar

E na pequena cidade
O comentário se ouvia
Onde ele fora arranjar tamanha sabedoria

Todo o mundo sabia
Que seu pai se ocupara de uma carpintaria
Onde o menino cresceu
Um belo dia, contudo
Ele saíra pregando um novo reino
E falando que o pai dele era Deus

Como em terra natal nenhum profeta é aceito
Logo, logo arranjaram pra Jesus um defeito
Ele não tinha jeito
De profeta qual nada
Era tudo barbada
Ilusão de rapaz

E na pequena cidade
O comentário crescera
Que Jesus, na verdade
Até já enlouquecera

Todo mundo entendia
Todo mundo sabia
Que Jesus não podia ser de Deus um sinal
Um belo dia, contudo ele saíra curando
E mesmo ressuscitando com poder sem igual

Mas pra tudo se acha alguma explicação
Pra não se ter que aceitar nenhuma renovação
E toda gente insistia
Que Jesus fora longe
Mais do que deveria
E que devia calar
E que devia voltar praquela carpintaria
Que se César soubesse o povo é quem pagaria
Todo mundo se lembra o que depois sucedeu
Como foi que o mataram porque foi que morreu
E o mundo foi dividido entre quem leu e não leu
Quem acredita e não crê que ele era o Filho de Deus

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