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segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

1980 Quietude



















Formato digital


Edição Portuguesa





Quietude é um álbum do Padre José Fernandes de Oliveira, SCJ, o Padre Zezinho. Lançado em 1980, traz belas mensagens e orações musicadas.
Neste disco, o destaque maior é a canção "Não Digas não a Deus", que faz uma entrega a Deus em uma prece musicada.
Lado A:
A começar por "Projetos", na qual a vocação é explicada em pouco versos, onde o chamado de Deus pode mudar uma vida. A segunda, "Coincidências", compara a nossa atenção com a de Jeremias, segundo o qual nós devemos pregar e com a de São Pedro que sentia medo de pregar nos primeiros anos de papado. A terceira, "Mulher Igreja", é uma homenagem à Igreja Católica, e à compara às mulheres santas mais ligadas a Igreja. A quarta, "Mistério", fala de como deve ser uma relação amistosa com Deus e com sua presença. A quinta, "Não precisavas de Mim", diz que além de ser chamado, existem aqueles que o seguem sem compromisso e que acabam sendo levados como folhas pelo vento, e que abram seus olhos. A sexta, "História de Pescador", conta a história de um jovem que vive de pescar, e que um dia, pega uma rede cheia, no outro não pega nada e volta para casa chorando, mas no dia em que está prestes a desistir, encontra a Deus e tem certeza de que essa é sua vocação, pescar.
Lado B:
Começando o Lado B com a "faixa-título", mostra como a gente pode encontrar a Deus nas outras pessoas e na natureza. A segunda, "Matinas", fala da amizade entre quem se imaginar dentro da canção e por quem está cantando, para que se cantar, talvez encontre a solução para problemas psicológicos da teologia usada na canção. A terceira, "A Dor do Reino", fala do Reino em termos teológicos e psicológicos. A quarta, "Indagação", fala de como as perguntas podem nos ajudar a descobrir as obras de Deus na natureza. A quinta, "Não Digas Não a Deus", fala do chamado de Deus, suas dificuldades, seus limites e de como devemos respondê-lo principalmente. O disco encerra com a celebrativa "Origens", nos faz voltar às nossas origens e relembra que devemos sempre devemos continuar de fazer a Paz a fim de dar fim às obras contrárias às de Deus e terminar o que deixamos incompleto..
O álbum foi lançado em Portugal pelas Edições Paulistas Discos

Ficha técnica
LP/Cassete (1980)
Produção e Direção Geral: Irmã Elsa Berta, fsp e Equipe EPD
Letra e Música: Pe. Zezinho SCJ
Arranjos: Poly
Técnico de Gravação e Mixagem: J. Martins
Capa: Irmã B. Breda, fsp (Foto)
Gravado nos Estúdios: EPD (Edições Paulinas Discos)/COMEP

CD (2006)
Produção e Direção Geral: Irmã Eliane de Prá, fsp
Letra e Música: Pe. Zezinho SCJ
Arranjos: Poly
Gravação e Mixagem: J. Martins
Masterização: Ednilson Orsi
Capa: Irmã B. Breda, fsp
Gravado em 1980 e Remasterizado em 2006 nos Estúdios: Paulinas-COMEP

Lista de Faixas
Todas as canções compostas por Padre Zezinho, SCJ.
LP / K7
#             Título    Duração
Lado A
1.            "Projetos"          1'50
2.            "Coincidências"                2'40
3.            "Mulher Igreja"               4'54
4.            "Mistério"          2'33
5.            "Não Precisavas de Mim"            3'10
6.            "História de Pescador"                 3'42
Lado B
1.            "Quietude"        4'45
2.            "Matinas"           3'03
3.            "A Dor do Reino"             2'31
4.          "Indagação"       3'01
5.          "Não Digas Não a Deus"               2'46
6.          "Origens"            2'27


Lista de Faixas
Todas as canções escritas e compostas por Padre Zezinho, SCJ.
CD /Formato Digital
#             Título    Duração
1.            "Projetos"          1'50
2.            "Coincidências"                2'40
3.            "Mulher Igreja"               4'54
4.            "Mistério"          2'33
5.            "Não Precisavas de Mim"            3'10
6.            "História de Pescador"                 3'42
7.            "Quietude"        4'45
8.            "Matinas"           3'03
9.            "A Dor do Reino"             2'31
10.          "Indagação"       3'01
11.          "Não Digas Não a Deus"               2'46
12.          "Origens"            2'27

Códigos de lançamento:
LP: EPD 530
K7: EPD 531
CD: 11843-5
LP Edições Paulistas: EPD 227
Também disponível em formato digital nas Plataformas de Música


Crítica: Álbum autoral, no sentido de volta às origens. Com arranjos do músico Poly, especialista em música “sertaneja de raiz”, Quietude remete às canções que Padre Zezinho ouvia quando criança no seio familiar. Essa musicalidade violeira já havia aparecido no álbum Canção para meu Deus e no compacto Balada por um Reino como um todo e seria revista em várias músicas ao longo da “carreira” do padre. Quietude é ainda uma homenagem aos pais do Padre Zezinho, conforme ele mesmo condessa na contracapa do álbum.
Musicalmente o álbum é excelente, um dos mais gostosos de se ouvir da discografia do padre-apesar de algumas músicas soarem cansativas pela repetição e longa duração. É também um disco especialmente vocacional, não por acaso, ao fazer Padre Zezinho repensar sua história durante a composição do álbum.
Resumindo: um álbum fundamental para entender o pensamento “zezínico”.




Padre Zezinho SCJ-Quietude

Projetos
Pe. Zezinho, scj

Eu tinha um plano de vida
onde era tudo previsto
mas o Senhor Jesus cristo
tinha o seu plano também

Na minha mente atrevida
eu fabricava castelos
não aceitava palpites
não consultava ninguém

Eis que porém, senão quando
Ele chegou de mansinho
foi pondo setas na estrada
fê-la tornar-se um caminho
Não foi apenas um sonho
nem uma idéia qualquer

Foi um chamado inquietante
insistente, constante que me fez dizer
Foi um chamado inquietante
insistente, constante que me fez dizer
Que sim, que sim, que sim
Que sim ao plano de Deus
que não aos planos que eu tinha

E agora depois desse sim
e depois desse não
eu entendo o que é ter vocação


Coincidências
Pe. Zezinho, scj

Certos dias eu sou, igual a Jeremias
Igual a Jeremias, igual a Jeremias
Outras vezes, eu sou pior que Simão Pedro
Que as vezes tinha medo, que as vezes tinha medo

Tu me dizes vem pra cá
Vai pra lá, irás profetizar e eu respondo:
Há, há, há, há, há, há, meu Senhor
Fingindo ser menino que não sabe o que falar
Tu me falas de sofrer, de morrer e queres Me servir
E eu respondo: não, não, não, não, não, não, meu Senhor
Não fales destas coisas que eu não quero nem Te ouvir.

Há, há, há, há, há, há
Igual a Jeremias eu preciso obedecer
Há, há, há, há, há, há
Igual a Simão Pedro eu tenho muito que aprender

Muitas vezes, eu vou pra onde o vento leva
Pra onde o vento leva, pra onde o vento leva
Mas um dia irei, pra onde me mandares
Pra onde me mandares, pra onde me mandares

Se disseres: Vem aqui, vai ali, transmite a minha paz
Eu direi: Sim, sim, sim, sim, sim, sim, meu Senhor
Apanho o meu arado, sem sequer olhar pra trás
Já cansei de ir pra lá, vir pra cá sem ter o Teu favor
Resolvi Te escutar, sim, sim, meu Senhor
Cansei da contramão nas avenidas do amor


Mulher igreja
Pe. Zezinho, scj

Eu te vejo tão jovem
Tão cheia de vida
Tão mulher como as
Outras mulheres da Terra

Mas em ti qualquer coisa
Desperta atenção
Deste a Deus o teu coração
Deste a Deus o teu coração

Igual Maria. igual a Marta
Igual a Clara, igual Teresa
Igual Teresa, igual a Clara
Igual Maria mãe de Jesus
Igual Teresa, igual a Clara
Igual Maria mãe de Jesus

Eu te vejo tão frágil
Tão forte de graça
Tão mulher, como as outras
Mulheres da Terra

Mas o mundo te olha
Sem compreender
Deste a Deus
Teu corpo e teu ser
Deste a Deus
Teu corpo e teu ser

Tu podias sonhar como
As outras mulheres
És mulher como as
Outras mulheres da Terra

Mas buscastes o amor que
Tu viste na cruz
E juraste ser de Jesus
E juraste ser de Jesus

Eu não sei quem tu és
Nem recordo o teu nome
És mulher, és irmã
És amor, és igreja

E se em ti qualquer coisa
Desperta a atenção
Seja Deus em teu coração
Seja Deus em teu coração

Eu queria pedir neste canto
Que eu canto pra lembrar
Que tu és feminino da igreja

Por favor não te canses
De tal decisão
Fique em Deus o teu coração
Fique em Deus o teu coração


Mistério
Pe. Zezinho, scj

Não Te vejo, não Te toco, não Te sinto
Nem Te escuto a me falar
Não conheço o Teu semblante
Ou Tua imagem, nem Te posso imaginar
Não Te entendo, nem percebo
A dimensão do infinito aonde estás
Não sei aonde habitas
Não sei aonde moras
Nem sei Te descrever
Não sei falar bonito
Quando és tão infinito
E eu tão incapaz de Te entender

Infinito, onipotente, onipresente
Criador e provedor
Imutável, justo amigo e Pai clemente
Deus da luz e Deus do amor
Não conheço e nem vislumbro
A dimensão do infinito que Tu és
Não sei aonde vamos,
Não sei aonde estamos,
Só sei que estás no céu
Não sei imaginar-Te
Na minha pobre arte
Só sei que és minha luz,
Que és nosso Deus


Não precisavas de mim
Pe. Zezinho, scj

Não precisavas de mim
Nem do meu povo, nem de ninguém
Quando pediste o meu sim
Já nem me lembro
Em que parte eu estava
Na minha fome de andar
Nem perguntei onde a estrada levava
Na minha fome de andar
Nem perguntei onde a estrada levava

Escuta meu bom amigo,
Meu bom amigo Jesus de Nazaré
Nas coisas que Tu disseste,
Que Tu disseste Jesus
Eu ponho fé, Ah eu ponho fé

Escuta meu caro mestre
Meu caro mestre Jesus, deixe eu dizer
As coisas que Tu fizeste,
Que Tu fizeste Jesus
Quero fazer, eu quero fazer

Escuta meu grande líder
Meu grande líder Jesus filho de Deus
Por andarem teus passos
Teus firmes passos Jesus
Andam os meus, ai! andam os meus.


História de pescador
Pe. Zezinho, scj

Eu era nada mais do que um menino
Gostava de brincar de pescador
Correndo pelas praias do destino
Fingia ser de todos o melhor

Chamaste-me de amigo
Disseste vem comigo
Preciso de quem
Gosta de pescar

Eu era um intranqüilo adolescente
Passava minhas tardes a sonhar
Mirando na montanha o sol poente
Sentia que era tempo de pescar

Chamaste-me de amigo
Disseste vem comigo
Preciso de quem
Gosta de sonhar

Eu era muito jovem reconheço
Perdi-me certa vez em alto-mar
Mas quando regressei,  jamais me esqueço
Da paz que eu encontrei no Teu olhar

Chamaste-me de amigo
Disseste vem comigo
É tempo de pescar
Em alto-mar

Eu era ainda jovem, mais maduro
Pescando dia e noite sem parar
Um dia de manhã foi muito duro
Voltei de mãos vazias e a chorar

Chamaste-me de amigo
Disseste vem comigo
Precisas que eu te ensine
Onde pescar

O tempo foi passando e a primavera
Cedeu a sua vez já é verão
Mas sinto que do tempo que já era
Guardei aquela mesma ilusão



Quietude
Pe. Zezinho, scj

Foi vendo as coisas que eu vi
Foi procurando entendê-las
Foi contemplando as estrelas
Que eu aprendi a rezar
Foi perguntando por Ti
Se é verdade que existes
Que não nos queres ver tristes
Que eu comecei a cantar

Foi no balanço das ondas
foi no murmúrio do mar
Foi vendo o vento que vinha, voltar
Levando as nuvens consigo
Foi onde as águas se encontram
E os rios entram no mar
Que eu aprendi novamente a rezar
E me tornei Teu amigo

Foi quando as folhas farfalham
Numa algazarra sem par
Foi quando as aves a tagarelar
Vão procurar seu abrigo
Foi quando a tarde se esconde
Lá no outro lado do mar
Que eu comecei, de repente, a chorar
E me tornei Teu amigo

Foi vendo nuvens e rios
E vento e chuva e luar
Foi vendo o sol lá no céu a brilhar
Iliminando os meus dias
Foi vendo os grandes mistérios
Que ninguém sabe explicar
Foi vendo a vida teimando em voltar
Que eu descobri que existias


Matinas
Pe. Zezinho, scj

Eu vou cantar meu canto
Igual ao rei Davi
Lembrando os desencantos
E as venturas que eu vivi

Chorar sem ser poeta
Cantar sem ser cantor
Levar minh alma inquieta
Ao coração do meu Senhor

Eu vou cantar meu canto
Mas meu canto é de plebeu
Por isso quem puder
Que cante ainda mais que eu

Não sou nenhum profeta
Nem rei e nem cantor
Eu tento ser poeta
E às vezes canto a humana dor

Não tenho mil respostas
Não sei a solução
Só tenho as dez propostas
Que me deu a religião

Eu vou cantar meu canto
E se meu canto não servir
Tu que cantas do teu canto
Que eu me sento e vou te ouvir

Assim meu pobre canto
Que faço por amor
Ao lado do teu canto
Pode até sair melhor

Que um canto solitário
Não tem expressão
Do canto solidário
De quem canta com o irmão

Eu vou cantar meu canto
E do teu canto hás de escutar
Se cantas mais que eu canto
Então me ensina o teu cantar


A dor do reino
Pe. Zezinho, scj

Doeu demais a dor
Do Reino de Deus
Doeu demais a dor
Do Reino de Deus

A dor do Reino de Deus
É feita de amor, é feita de paz
A dor do Reino de Deus
É feita de luz, é feita de cruz
É feita de não compactuar

Eu senti a dor do Reino
Senti a dor do Reino,
Senti a dor do Reino
Quando eu fui Te procurar
(Quando a Tua voz ouvi)

Eu senti a dor do Reino
Senti a dor Reino,
Senti a dor do Reino
Quando eu fui Te escutar
(Quando eu me liguei a Ti)

Eu senti a dor do Reino
Senti a dor do Reino,
Senti a dor do Reino,
Quando ouvi o Teu chamar
(Quando eu me comprometi)


Indagação
Pe. Zezinho, scj

Se tu não fazes perguntas
Como pretendes saber?
Como pretendes saber?
Por que é que nasce uma nova estação
E a primavera se torna verão?
Por que o outono precede ao inverno
Por que é preciso voltar às origens?

Como é que pode saber essas coisas (Bis)
Se conservastes essas mãos sempre juntas
E alienado não fazes perguntas?

Se tu não fazes perguntas
Como pretendes saber?
Como pretendes saber?
Onde começam, pra onde é que vão
Essas torrentes que sugam o chão?
Por que uma nuvem procura outra nuvem
Por que é preciso voltar às origens?

Se tu não fazes perguntas
Como pretendes saber?
Como pretendes saber?
Por que murcharam as flores que haviam?

E após as flores um fruto nascia
Por que precisa morrer a semente
Por que é preciso voltar às origens?

Se tu não fazes perguntas
Como pretendes saber?
Como pretendes saber?
Por que é preciso saber que se vem?
Por que é preciso saber que se vai?
Por que se parte buscando as origens?
Por que se volta buscando o futuro?


Não diga não a Deus
Pe. Zezinho, scj

Buscando a felicidade
E um pouco de paz na Terra,
Tem gente que faz a guerra
Em vez de fazer a paz

E é triste mas é verdade
Que até quem já foi chamado
E põe sua mão no arado
Por vezes olha pra trás

O tempo que não perdo
Até fala de eternidade
E pede a sinceridade
De ouvires a voz do Senhor

Não deixes que fale à toa
Nem finjas que não ouviste
Que a vida é vazia e triste
Pra quem não arrisca no amor

Não digas não a Deus
Mesmo que doa, não digas não

Quando é Teu Deus quem fala
Meia resposta não vai valer
Não digas não nem talvez,
É do que tu disseres que vais depender


Origens
Pe. Zezinho, scj

Eu me sinto como a tela que o Senhor Jesus criou
De vermelho e de amarelo
E preto e branco me pintou
E me pôs a leste, oeste,
Norte, sul da humanidade
E de todas estas cores
Deu-me as mesmas ansiedades
E de todas estas cores
Deu-me as mesmas ansiedades

Eu me sinto como a obra
Que Jesus não assinou
Que por vê-la inacabada
À história não levou
E contudo eu vivo exposto
Pra que o mundo inteiro veja

Sou um Cristo inacabado
No portal da nova igreja
Sou um Cristo inacabado
No portal da nova igreja

Eu me sinto como o livro
Que Jesus não terminou
Mas o que deixou escrito
Meu Senhor já publicou

Nas colunas do meu tempo
Nos diários da procura
O que eu grito me liberta,
O que eu calo me tortura
O que eu grito me liberta,
O que eu calo me tortura

Eu me sinto como o ramo
Que em Jesus Deus enxergou
Se produzo flor ou fruto
Foi Jesus quem nos formou

Deu-me a seiva que era dele,
Deu-me a vida que há em mim
Eu não vivo a não ser Nele,
Meu autor, princípio e fim
Eu não vivo a não ser Nele,
Meu autor, princípio e fim





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